Há algumas semanas recebi um email que acredito ser a realidade de muitas pessoas, por isso decidi compartilhar com você e espero que também possa te acrescentar. O email dizia assim:
“Preciso de ajuda, não aguento mais. Fiz tratamento psiquiátrico ano passado, tomei Rivotril e Êxodos por alguns meses. Achei um chá (erva de são João) que vem me acalmando bastante.
Ele resolve meu problema até que bem, mas logo tenho recaída se ficar sabendo da morte de alguém, assim como foi essa semana.
As crises começaram em março do ano passado, após eu perder um ente querido. Triste demais ficar assim todos os dias, parece não ter fim. São uma tortura minhas noites. Sinto dor no peito, e formigamento pelo corpo.
O que você tem de experiência para me ajudar???”
Ao ler tudo isso, pude sentir o quanto nossa saúde mental é importante para termos uma vida com qualidade. Me senti tocada, porque toda aquela dor também já tinha sido minha.
Espero que a situação dessa pessoa e a minha resposta, que compartilho abaixo, possam também te ajudar.
“Hello my friend,
Agradeço seu email e seu compartilhamento.
Sem dúvida, as crises de pânico se tornam um tormento e sinto muito por isso.
Posso te oferecer aqui algumas sugestões. Convivi com uma mãe que teve Síndrome do Pânico a vida toda, eu tive Burnout e também vivi na pele esse medo de ficar louca e morrer.
Porém, é importante você investigar seu jeito de ser, seus pensamentos, emoções, etc. Geralmente, esse transtorno está associado a estilos de personalidade mais controladores, com dificuldade de flexibilizar, de aceitar as coisas como são.
O que me parece que pode ter a ver, quando você me conta a história da morte do seu ente querido (sinto muito por isso tb). Quando, de alguma forma, julgamos que algo que acontece e que não temos controle é algo TERRÍVEL e que NÃO DEVIA ACONTECER, isso nos leva a tentar evitar isso a todo custo, ou seja, tentamos aumentar ainda mais o senso de controle.
Quando você recebe uma notícia de morte, isso parece que está associado a uma crença de que morrer é algo que não deveria acontecer.
Por isso o sofrimento absurdo, porque embora você possa crer nisso, não há nenhum poder para impedir que isso aconteça. É assim que você acaba entrando nessa roda sem fim e a crise te pega com força.
Então, toda a minha experiência, com mais de 17 anos estudando psicologia, pude perceber, inclusive com minha própria mãe, que uma técnica a curou desse quadro. Quando ela percebia que a crise vinha, com aquele frio que sobe das pernas e pega nossa barriga, ela dizia pra crise e pra si mesma: “Ok, você quer vir, pode vir. Não vou resistir. Eu sei que v0cê não vai durar mais que 10 minutos.” Ela procurava um lugar para se deitar e respirava apenas. Deixando todas as sensações desagradáveis se manifestarem, mas sem tentar controlar.
Com o passar do tempo, a intensidade das crises foi diminuindo e hoje ela está completamente curada e eu também.
O conceito aqui, que está por trás desta técnica, é exatamente a imperenidade. Não tente fugir das sensações ruins. Apenas entregue-se na consciência de que tudo passa.
Então, my friend, essa é uma dica preciosa, que pode ser mais difícil no início: pare de tentar evitar a crise e permita que ela venha e passe. A mesma coisa para a morte… a vida é um ciclo e a morte não é uma punição ou algo ruim. Ela é parte da vida.
Busque trabalhar sua aceitação frente ao que surge. Aceitação é diferente de conformismo.
Aceitar é compreender seu lugar, sua condição e até mesmo sua capacidade. Conformismo é poder mais e mesmo assim se submeter.
A aceitação vem do amor e o conformismo vem do medo.
Torço de verdade para que sua situação comece a mudar o mais rápido possível.
O que te falei aqui, fez sentido pra você ou não? Se puder e quiser, me escreva contando. :)”
Se você também se identificou e quiser me escrever contando sobre sua experiência, ficarei muito feliz. Meu email é [email protected] .
Grande abraço,
Sabrina Ferroli
Tags:ansiedade
Sofro de crises de sindrome do panico ou sei la como se chama mas to no meu limite nao aguento mais isso e como se a morte estivesse atras de mim toda hora e todo dia e dor no peito nas costas falta de ar pensamentos embaralhados e confusos e muita coisa que sinto. To cansada de lutar contra isso toda noite.
Oi Didica,
Sinto muito por tudo isso que você está passando. Sei bem como é desesperador enquanto a gente não vê saída. O que posso te afirmar é que há luz no fim do túnel sim. Síndrome do pânico tem cura em muitos casos. Então, levante a cabeça respire fundo e mantenha a vontade de viver. O pânico tem essa característica da ‘ameaça da morte’ constante. Para superar esses momentos, vou enviar no seu email em breve um audio guiado que fiz. Esse audio está acessível aqui também: http://presente.karana.com.br/